As vendas e lançamentos de imóveis residenciais na capital paulista em agosto cresceram na comparação com julho, dando sinais de recuperação, mas ainda permanecem muito abaixo do visto no mesmo período do ano passado. Os dados constam da pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 03, pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
As vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista atingiram 1.797 unidades em agosto, 144,2% mais do que em julho. Já na comparação com agosto do ano passado, as vendas foram 30,4% menores. Os lançamentos em agosto atingiram 2.115 unidades, 117,4% mais do que em julho e 30,4% inferior a agosto do ano passado.
As vendas em agosto movimentaram R$ 984,2 milhões, queda de 40,9% ante o mesmo mês do ano passado. A velocidade das vendas (VSO) nos últimos 12 meses foi de 48,6%. Ou seja, foi vendido 48,6% do total de lançamentos e estoques nesse período.
Embora tenha havido crescimento das vendas e lançamentos na comparação com julho, é preciso ponderar que o mês é tradicionalmente mais fraco para os negócios devido ao período de férias. Além disso, a Copa do Mundo contribuiu para diminuir a visitação nos estandes das construtoras em julho deste ano.
Ano
No acumulado do ano, o mercado imobiliário mostra uma forte retração. As vendas entre janeiro e agosto totalizaram 11.587 unidades, queda de 48,8% em relação aos mesmos meses de 2013. Em valores, as vendas no acumulado do ano chegaram a R$ 14,1 bilhões, montante 52,7% inferior, já considerando valores ajustados pela inflação setorial medida pelo Índice Nacional de Custos da Construção (INCC). Os lançamentos residenciais alcançaram 14.448 unidades, baixa de 23,0% na mesma base de comparação.
Considerações
O Secovi-SP pondera que a comparação dos resultados de 2014 com 2013 está prejudicada porque o ano passado foi muito mais aquecido do que o esperado. Outro ponto defendido pelo Secovi-SP é que a ampliação dos lançamentos e vendas na comparação de agosto com julho representa uma recuperação do mercado imobiliário, cenário que tende a se manter nos próximos meses, segundo o sindicato.
"No primeiro mês após a Copa do Mundo as incorporadoras responderam com o aumento da quantidade de lançamentos. Este comportamento deve se consolidar mês a mês, até o fim do ano", afirmou Emílio Kallas, vice-presidente do sindicato. Na sua opinião, a demanda por imóveis ainda existe, embora as vendas tenham sido prejudicadas por restrições no poder aquisitivo dos compradores, além de insegurança em se assumir compromissos de longo prazo neste período eleitoral.
Diante da perspectiva de retomada da atividade do mercado imobiliário, o Secovi-SP também refutou a possibilidade de uma queda generalizada de preços nesses meses posteriores à Copa do Mundo.
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