Para Giancarlo Gentiluomo, analista de Fundos Imobiliários na XP Investimentos, a transação representa ganhos interessantíssimos para o cotista, e potencialmente para o mercado como um todo.
Primeiramente, porque pelo menos 95% do lucro obtido deve, por lei, ser retransmitido ao investidor; além disso, o fundo conseguiu diminuir sua exposição a imóveis com alta vacância no Rio de Janeiro, onde estava muito concentrado, e terá dinheiro em caixa para adquirir lajes em São Paulo, mercado mais aquecido no momento. O fundo volta ao patamar de 71% de ativos em São Paulo e 29% no Rio de Janeiro.
“No net, o fundo vendeu mais do que comprou. Mais do que isso, a parte que foi vendida recebeu um valor muito superior ao que o BC Fund pagou por ela – um valor que ainda não temos exatamente”, disse Giancarlo. No momento, o fundo é negociado a R$ 109, mas a transação faz com que o preço médio equivalha a R$ 119.
“O mercado não paga tudo agora, mas o fundo já está valorizando 2% e com certeza vai valorizar mais futuramente”, explica o analista, antecipando valorização entre 20% e 30%.
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Para Arthur Vieira de Moraes, essa movimentação aparenta, a priori, ser positiva a um mercado que estava "parado" há certo tempo. "Ela impacta Bolsa, Real Estate e fundos imobiliários, é isso que a gente quer ver", diz o professor do InfoMoney Educação. "O país ganha com uma operação desse jeito, que é algo que havia muito tempo que a gente não via".
Os imóveis vendidos foram Edifício Torre Almirante (100% da participação, equivalente a 60% da fração ideal), Edifício Flamengo (100% da participação), Edifício Morumbi (100% da participação); Edifício Brazilian Financial Center (75% da participação) e Eldorado Business Tower (51% da participação, equivalente a 35% da fração ideal). Já os adquiridos foram Edifício Cidade Jardim (fração ideal equivalente a 50%); Edifício Senado (fração ideal equivalente a 20%); Edifício Sylvio Fraga (fração ideal equivalente a 83%) e a totalidade do Edifício MV9.
Com valor de mercado de R$ 2 bilhões, o BC Fund tem grande relevância na bolsa e já chegou a ser o maior FII do Brasil. A guinada de agora sugere reaquecimento no mercado de Fundos Imobiliários e de imóveis como um todo.
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