São Paulo – Quem encara os imóveis como bons investimentos, mas admite que atualmente é difícil contar com um valorização estrondosa, pode se sentir tentado a buscar pechinchas em leilões. Mas para dois especialistas em mercado imobiliário que acabam de publicar um livro sobre investimento em imóveis, leilões são apenas para profissionais.
“Quem é leigo não deve entrar em leilão. A chance de entrar em uma fria é grande”, diz Gilberto Benevides, sócio de construtoras e coautor do livro “Investir em imóveis: Entenda os segredos práticos deste mercado”, da Ed. Évora. Sua opinião é compartilhada pelo outro autor do livro, Wang Chi Hsin, investidor no mercado imobiliário há 35 anos.
Na opinião deles, para realmente achar pechinchas em leilões é fundamental ser profissional no assunto ou ao menos contar com uma boa assessoria jurídica especializada. “Temos um conhecido que atua nesse mercado e que conta com um escritório com seis advogados apenas para analisar a documentação dos imóveis em leilão”, diz Benevides. Como exemplo, ele conta que, em dois anos, essa equipe analisou 2 mil imóveis, para participar do leilão de 200 deles e arrematar 40 – 2% dos imóveis analisados.
Na opinião dos autores, embora leilões gerem oportunidades, ofertando imóveis abaixo do valor de mercado, a chance de um leigo entrar em uma cilada é grande. Veja a seguir as cinco principais “frias” em que um investidor despreparado pode entrar por meio de um leilão de imóveis:
1 Arrematar um imóvel ocupado e não conseguir se livrar do ocupante
Esta situação é bastante comum em imóveis que vão a leilão, mas o arrematante ganha o direito de solicitar a desocupação. Contudo, o ocupante pode entrar com recursos e até mesmo a execução do imóvel pode ser discutida na Justiça – leilões podem ser inclusive anulados.
Assim, a desocupação pode se arrastar por anos e acabar com seus planos de lucrar com aquela propriedade. Imóveis ocupados costumam ter preço mais em conta, mas o tiro pode sair pela culatra.
2 Subestimar a reforma necessária
Imóveis que vão a leilão podem estar em péssimo estado de conservação, dependendo dos imbróglios por que passou até chegar à situação extrema de ser leiloado. Ainda que o investidor visite a propriedade antes do leilão – o que é fundamental – ele pode não ter noção da extensão da reforma necessária. É preciso pelo menos contar com a ajuda de alguém com experiência no assunto para estimar o custo da obra.
“A pessoa pode pensar que é só ‘dar um tapa’ no apartamento e contratar aquele pedreiro que ela conhece há anos. Mas não é bem assim. A reforma pode dar mais trabalho e sair bem mais cara do que ela imagina”, diz Gilberto Benevides.
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