SÃO PAULO - A Caixa Econômica Federal fará uma restrição adicional para financiamento imobiliário, diante da prolongada sangria dos recursos da caderneta de poupança.
A partir do dia 17, quem tem contrato de financiamento na Caixa com recursos da poupança, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), não poderá mais tomar outro crédito dessa linha, informou o banco federal em nota nesta quarta-feira.
"Essas operações representam apenas 2,4 por cento da quantidade de financiamentos concedidos pelo banco", informou a Caixa em nota.
O banco federal destacou ainda que o foco da instituição em 2015 são imóveis novos, com destaque para a habitação popular, operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Segundo a Caixa, essas operações "de habitação popular não tiveram nenhuma alteração".
Maior concessora de empréstimos para compra da casa própria no país, com cerca de dois terços do mercado, a Caixa vem tomando desde o começo do ano sucessivas medidas para restringir o acesso ao financiamento imobiliário.
Neste ano, o banco já elevou duas vezes o preço cobrado dos empréstimos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), além de reduzir, de 90 para 80 por cento, a cota máxima de financiamento do imóvel no Sistema de Amortização Constante (SAC) e 50 por cento pela tabela Price.
Um dos motivos dessa movimentação é o aumento da taxa básica de juros Selic, que tem provocado migração de recursos da poupança para alternativas mais rentáveis, como títulos públicos.
Segundo o Banco Central, os resgates da poupança superaram os depósitos em junho pelo sexto mês consecutivo, levando a saída líquida no primeiro semestre a 36,15 bilhões de reais.
Dados preliminares do BC de julho mostram que os resgates líquidos no mês passado até o dia 30 totalizam 5,53 bilhões de reais, com a saída no acumulado do ano superando 40 bilhões de reais.
Enquanto a Caixa desacelera no crédito imobiliário, rivais como Banco do Brasil e Itaú têm ampliado os desembolsos para habitação, buscando se concentrar em segmentos de crédito tidos como de menor risco num momento de economia em retração.
Na terça-feira, o Itaú anunciou que o crédito imobiliário e o consignado foram os únicos a crescerem no segundo trimestre ante os primeiros três meses de 2015.
Já o BB anunciou há duas semanas uma linha de crédito de 1 bilhão de reais para o segmento imobiliário, oferecendo financiar até 90 por cento de imóveis avaliados em até 400 mil reais.
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