SÃO PAULO - O governo chinês tem um novo plano na cabeça que deverá chamar bastante atenção, mostra o The New York Times: uma megacidade onde deverão morar 130 milhões de pessoas - em uma área pouco maior que o Paraná.
Essa megapopulação se espremerá em uma cidade terá 82 mil milhas quadradas, cerca de 210 mil quilômetros quadrados - o estado sulista de 200 mil quilômetros quadrados tem uma população de 10 milhões. No centro dessa nova megacidade, a ser conhecida como Jing-Jin-Ji, ficará Pequim, a atual capital do país e lar de 22 milhões de pessoas.
Na prática, a cidade já existe. Muitos residentes da província de Hebei trabalham em Pequim, mas lá não podem morar - já que por décadas o Estado chinês tentou restringir a quantidade de habitantes na capital. Agora, o governo mudou de ideia: ao invés de restringir, a solução é trabalhar para uma integração ainda maior.
Ao contrário de megalópolis como Tóquio e Seul, a área de Jing-Jin-Ji deverá contar com um grande planejamento para reduzir os impactos de construir uma cidade deste tamanho. Ela integrará Pequim (Beijing em inglês), a cidade portuária de Tianjin e a província de Hebei, cujo nome era Ji na época do império Han.
A ideia é reformar a região norte do país, com o desenvolvimento de áreas e fortalecimento da economia local, que é economicamente mais fraca do que outras regiões de destaque da China, como o delta do rio Yangtze, onde ficam Xangai e Nanjing, e o delta do Rio das Pérolas, onde ficam localizado Guangzhou, Shenzhen - além de ficar mais próxima de Hong Kong e Macau.
Pequim já anunciou sua parte do plano movendo fábricas, hospitais e instituições burocráticas. No centro desta megacidade está o sistema de transporte altamente planejado que será capaz, através de um trem de alta velocidade, de juntar as pontas da cidade em apenas uma hora. Além disso, fábricas deverão ser transportadas para os subúrbios, o que deverá facilitar.
Atualmente, muitos trabalhadores passam até 6 horas em transporte para seus trabalhos, e a ideia do governo chinês é reduzir esse tempo de viagem. Para isso, precisa terminar estações de trem que ainda estão para serem completadas e juntar 18 estradas que fazem parte de um dos três distritos a serem juntados, mas não dos outros dois. Elas deverão ser reformadas até 2020. O trem de alta velocidade deverá ser duplicado, já que altamente está muito lotado.
Até lá, Pequim será transformada no centro cultural e tecnológico, enquanto Tianjin será industrial. Hebei ainda não tem uma atribuição definida, mas deverá receber algumas fábricas de menor porte, como confecções têxteis. Como parte da reforma, Pequim deverá transferir seu centro administrativo para o norte, tirando o governo do país do distrito imperial pela primeira vez em, literalmente, centenas de anos.
Esse é um projeto muito grande que pode mudar a situação do norte chinês e terá que fazer grandes reformas em como as cidades são administradas. Mas se tudo der certo, a China conseguirá reduzir os impactos da alta concentração urbana sem planejamento e terá uma cidade gigantesca muito mais harmoniosa que cidades médias no Brasil.
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