O mercado de apartamentos ultraluxuosos de Manhattan tem uma nova marca: US$ 150 milhões.
Este é o preço estabelecido pela incorporadora Chetrit Group para um triplex de 2.000 metros quadrados no antigo Sony Building, em Midtown, segundo documentos apresentados ao escritório da procuradoria-geral do Estado de Nova York. Este seria um recorde em preços de vendas residenciais, superando os US$ 130 milhões buscados para um apartamento no número 520 da Avenida Park, da Zeckendorf Development Co.
Com a proliferação dos apartamentos de luxo em Manhattan, as construtoras estão oferecendo suas unidades de alto padrão pelos preços mais elevados da história para se destacarem na multidão, disse Jonathan Miller, presidente da avaliadora Miller Samuel Inc., de Nova York. Até o momento, o preço mais alto já pago por um condomínio na cidade é de US$ 100,5 milhões, um negócio fechado em dezembro por uma cobertura duplex na torre One57.
“A cobertura parece ser uma estratégia para voltar o foco ao empreendimento”, disse Miller, um colaborador da Bloomberg View. “Os compradores do mercado de superluxo estão obcecados por ter um ativo que é único, e não mais do mesmo”.
A Chetrit Group, administrada por Joseph Chetrit, está transformando os antigos escritórios da sede americana da Sony Corp., no número 550 da Avenida Madison, em residências de luxo. O triplex de US$ 150 milhões, que ocupa do 33o ao 35o andar, terá oito quartos, oito banheiros, um spa e uma adega, segundo o gabinete do procurador-geral, que supervisiona os planos dos empreendimentos de apartamentos.
As mensagens telefônicas deixadas no escritório de Manhattan da Chetrit Group não foram respondidas. Kathleen Cudahy, porta-voz da incorporadora, disse que a Chetrit não estava disponível imediatamente para comentar. O site Real Deal reportou o preço recorde de US$ 150 milhões na terça-feira.
Neste ano, 2.386 apartamentos de luxo recém-construídos serão listados para venda em Manhattan, maior total na história, segundo dados compilados pela Corcoran Sunshine Marketing Group. A corretora classifica como luxuosas as unidades com preços de mais de US$ 2.300 o pé quadrado (US$ 24.757,20 o metro quadrado).
Testando os limites
As incorporadoras de Manhattan estão testando os limites máximos do que os investidores estão dispostos a pagar na busca por um investimento seguro para seu dinheiro, disse Nancy Packes, consultora de marketing e design de incorporadoras residenciais de Nova York.
“Ninguém sabe onde está o teto. As empresas estão tentando encontrá-lo”, disse ela. “A proporção de riqueza global que está sendo criada ainda é grande”.
No número 520 da Avenida Park, pertencente à Zeckendorf, a cobertura de 1.151 metros quadrados engloba os três andares mais altos do edifício próximo à Rua 60. A incorporadora também está listando para venda uma cobertura de US$ 100 milhões em sua torre 50 United Nations Plaza, na Primeira Avenida, em frente à sede do Secretariado das Nações Unidas.
Woolworth Building
As incorporadoras de apartamentos do Woolworth Building, um marco do Baixo Manhattan, disseram que estão tentando conseguir US$ 110 milhões pela cobertura no alto da torre de 58 andares, segundo documentos apresentados no ano passado ao escritório do procurador-geral.
Não há garantia de que os preços serão pagos. Na One 57, da Extell Development Co., o último valor pedido pelo apartamento de US$ 100,5 milhões foi US$ 115 milhões, segundo uma lista de preços apresentada ao escritório do procurador-geral. O mercado de luxo também está mostrando sinais de desaceleração, em um momento em que os novos apartamentos ampliam a oferta e a valorização do dólar americano reduz o apelo para os investidores estrangeiros.
A Chetrit Group comprou o número 550 da Avenida Madison em 2013 por US$ 1,1 bilhão. A empresa adquiriu o Chelsea Hotel, em Manhattan, antiga residência do artista Andy Warhol, em agosto de 2011, e é coproprietária da Willis Tower, em Chicago.
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