SÃO PAULO – Quando questionados, os brasileiros que cada vez mais mudam para a Flórida e outros estados norte-americanos citam a economia fraca e alta taxa de criminalidade como os as razões para deixar o país. Entretanto, diretor executivo do Miami Downtown Development Authority, Alyce M. Robertson, disse em depoimento ao The Wall Street Journal que outra explicação: a presidente Dilma.
A reeleição de Dilma Rousseff teria aumentado ainda mais a antipatia da elite brasileira. “Estamos falando de muitas pessoas preocupadas em tirar seu capital do Brasil após as últimas eleições”, disse Robertson. A preocupação, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo, seria principalmente com relação à política.
A classe mais rica e poderosa do Brasil tem comprado condomínios de luxo em Miami há décadas, mas após as eleições, mesmo com o aumento do dólar, a procura por imóveis nos Estados Unidos aumentou 40% - e estendendo a procura para Orlando, Nova York e Boston. Embora os números não sejam exatos, banqueiros, varejistas e advogados de imigração de Miami dizem que os brasileiros ricos pretendem mudar para a região, estabelecer um negócio e tentar obter a residência ou cidadania para si mesmos e suas famílias.
Aproximadamente 3 milhões de brasileiros vivem fora de seus país, de acordo com dados do Ministério de Relações Exteriores. Os brasileiros também são a maioria dos turistas de Miami, correspondentes a 51% em 2013, com investimentos de US$ 1,7 bilhões, mostram estatísticas de Miami.
Os imigrantes brasileiros atuais tendem a levar sua riqueza com eles. Como outros latino-americanos, incluindo cubanos, colombianos e venezuelanos, brasileiros consideram Miami um lugar seguro para manter seu dinheiro durante períodos de revolta política e econômica no Brasil.
Entre venezuelanos e argentinos, os brasileiros estão no top 3 dos compradores estrangeiros de imóveis de alto preço. Em Miami, brasileiros encontram muitos aspectos positivos que deixaram no Brasil: não somente praias e o clima tropical, mas o crescente número de restaurantes, clubes noturnos e lojas de varejo.
“Não sinto falta disso”, disse Marco Fonseca ao WSJ. O corretor imobiliário do Rio de Janeiro que se tornou cidadão norte-americano em 2001. “Nós temos aqui tudo o que precisamos: filmes, os canais de televisão brasileiros, os supermercados brasileiros e você pode comprar picanha”, disse. “Miami é, atualmente, a maior cidade brasileira fora do Brasil.”
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